Quando pensamos em condutores distraídos, tendemos a pensar em adolescentes ou idosos, quando detetamos condutores que estão agindo de forma irregular na nossa frente, julgamos que estão a ser conduzidos por utilizadores que se situam nos extremos das faixas etárias.
Temos tendência a fazer juízos de valor rapidamente, por exemplo, achamos que estão conduzindo sem sinalizar as mudanças de direção porque os outros condutores estão segurando seus telefones e não tem a mão disponível para ligar o manípulo do pisca. Mas olhando melhor vemos que o motivo é outro.
Na verdade estão sendo… pais!
Quando somos confrontados com comportamentos por parte de quem não se enquadram nessas faixas etárias e tratam-se simplesmente de pais. Num estudo realizado nos Estados Unidos da América, os pesquisadores perguntaram aos pais qual a frequência, no último mês, que realizaram certas atividades que distraem enquanto estavam com um dos seus descendentes no carro. Aqui estão as percentagens obtidas para cada uma dessas atividades:
• Telefonemas (incluí com sistema mãos-livres): 75%
• Cuidado da criança (alimentação, pegar um brinquedo caiu): 70%
• Auto-cuidado (higiene, alimentação): 70%
• Verificação do GPS ou mapa: 50%
• Infotainment: 50%
• Mensagens de texto: 15%
Diferentes perigos
Essas atividades não são todas igualmente perigosas, estar a ouvir o seu sistema GPS dizer-lhe para virar à direita não é tão perigoso como escrever mensagens de texto ou inclinar-se para trás para pegar um brinquedo caiu.
Mas todos sabemos que as distrações podem levar a acidentes, inclusive estes pais, o estudo concluiu que os que usaram o telefone ou fez alguma atividade denominada de “auto-cuidado” durante a condução eram duas vezes mais propensos a sofrer um acidente de automóvel.
Outro indicador interessante foi o fato dos condutores que já tinha estado envolvidos em um acidente serem mais propensos a relatar algum tipo de condução distraída do que os condutores nunca envolvidos em um acidente.
Outro dado interessante foi que os pais cujos filhos não foram colocados corretamente no carro, com os sistemas de retenção para crianças, mais frequentemente relataram distrações de cuidados infantis ou mensagens de texto.
Como reduzir o risco
Todos os passageiros são uma “carga preciosa”, mas as crianças são ainda mais especiais. Eles contam com os pais e cuidadores para mantê-los seguros, é fundamental que os pais e cuidadores entendam isso e atuem em conformidade.
É difícil não ter nenhuma distração, mas você pode limitá-las, qui estão algumas coisas que você pode fazer:
• É melhor evitar fazer uma chamada telefônica. Se você tiver mesmo que fazer uma chamada enquanto estiver conduzindo, utilize um dispositivo mãos-livres.
• Caso haja necessidade de efetuar lanches ou parar um pouco para brincar, faça um planeamento das paragens em locais adequados.
• Os brinquedos deverão estar ao alcance de seus filhos.
• Faça regras para o carro. Deixe os seus filhos saibam que você simplesmente não vai trocar o DVD, ou mudar a música, ou entregar-lhes de volta o brinquedo, ou chamar a sua atenção para conseguir alguma coisa enquanto você estiver conduzindo. Assim, eles estarão menos propensos a ficar chateando e você vai ser menos propensos a serem tentados a quebrar suas regras. Não tente explicar isso já no carro, fale antecipadamente.
• Sempre que fizer longas viagens de carro com crianças tente ter outro adulto a bordo, ou pelo menos uma criança mais velha e que ajude com as mais pequenas.
• Resista à tentação de transformar o carro num restaurante. Pare e coma. Entre se alimentar a si mesmo e estar se esticando para segurar ou dar comida, será um perigo constante e estará colocando todos em risco.
• Saiba antecipadamente onde parar. Isso ajuda a evitar a distração de descobrir os locais num mapa ou no seu smartphone ao conduzir. Se você precisa usar um sistema de GPS, use no modo com voz, que lhe diz o que fazer, ao invés de um que precise de olhar, para minimizar a quantidade de tempo que seus olhos estão fora da estrada.
Se não trabalharmos para identificar as distrações, de forma a limitá-las, durante a condução, o que podemos esperar é um aumento dos acidentes rodoviários, assim devemos corrigir os comportamentos perigosos dentro do habitáculo de forma todos termos uma maior segurança rodoviária.
Foto | Ben Francis