A segurança nos transportes públicos pode ser melhorada?

Alberto Valera

13 de Março de 2017

São várias as vezes que ouvimos na notícias relatos de acidentes com autocarros escolares ou de transporte de crianças.

As causas destes acidentes são variadas e vão desde o carro em mau estado de conservação, sono por parte do motorista ou até porque a meteorologia não era a melhor nesse dias e chuvia imenso. Em alguns casos não há feridos, noutros existem com mais ou menos gravidade. Ainda recentemente um mini autocarro capotou em plena auto-estrada A1 com uma equipa de andebol feminino a bordo.  Este tipo de acidentes leva-nos a questionar o controlo que existe aos profissionais do volante, mais concretamente aos condutores de transportes de crianças ou jovens.
De acordo com a APSI e o IMT, foram mais de 1500 os veículos dedicados ao transporte escolar controlados durante a última campanha, dos quais mais de 700 foram denunciados por diferentes irregularidades. A maioria das sanções destes veículos é motivada por irregularidades como, não possuirem a autorização específica para o transporte escolar, deficiências nas portas de serviço ou emergência, e também pelo facto de não levarem a bordo um monitor, no caso de um autocarro, ou até pela ausência do distico obrigatório colado no vidro ou na traseira do veículo. A obrigatoridade de levar o cinto de segurança é uma realidade, mas são poucos os que o fazem.
Coloca-se ainda a questão se as empresas de transporte não deveriam levar a cabo controlos internos dos seus motoristas. Um controlo surpresa com provas toxicológicas seria uma boa forma de evitar que alguns condutores realizem o seu trabalho sob o efeito de drogas ou alcool.
Nós próprios em casa devíamos educar os nosso filhos para a obrigatoriedade de utilizar o cinto de segurança dentro do transporte público, sempre que este tiver esse componente. Os pais, o monitor e o próprio condutor deve alertar  criança e fazê-la entender que a forma mais segura de viajar dentro do autocarro é sentado e com o cinto de segurança colocado.
Para aumentar a segurança rodoviária dos mais jovens não há nada melhor que uma pequena formação nas escolas, até antes mesmo de embarcarem, por exemplo, numa visita de estudo.
Provavelmente, este tipo de ações de fiscalização devia ser mais frequente e não apenas no verão, quando são vários os autocarros de crianças que vão para as praias.

As regras de segurança que todos devemos respeitar nos transportes públicos, porque elas também permitem melhorar a segurança rodoviária a bordo:

 
Os autocarros, os comboios, as carrinhas escolares são transportes públicos. Quando  andamos neles, devemos obedecer a certas regras, para o conforto, respeito e segurança  de todos.

…para subir e descer do autocarro:

– aguarda sempre pela chegada do autocarro no passeio, junto à paragem.
– espere sempre que o autocarro pare por completo.
– sube  e  desça  calmamente,  deixando  passar  primeiro  as  pessoas  idosas,  os
– deficientes, as mulheres grávidas e os acompanhantes de crianças de colo.
– sempre que descer do autocarro, não permaneça muito próximo do local de saída, para não perturbar a saída dos outros passageiros.
– depois de descer do autocarro, se precisar de atravessar a rua, primeiro  espera  que  o  autocarro  arranque,  pois  só  assim  conseguirá  ver  bem  os  automóveis que circulam na estrada e os condutores também te poderão ver.

…para se instalar no autocarro:

– sente-se calmamente num lugar e verifique se o mesmo não é um lugar reservado a pessoas idosas, deficientes,
– mulheres grávidas ou acompanhantes de crianças de colo (em caso de aparecer alguma destas pessoas, deve ceder o seu lugar).
– não obstrua corredores do autocarro com mochilas ou sacos.

…durante a viagem:

– mantenha-se calmo durante a viagem: gritar ou fazer barulho pode desconcentrar o condutor.
– se viajar de pé, segure-se bem aos varões dos corredores para, em caso de travagem brusca ou durante as curvas, não car ou empurrar algum dos outros passageiros.
– não ande pelo autocarro durante a viajem nem se coloques junto à porta de saída, exceto se fores descer na paragem seguinte.