Como manter a sua bicicleta elétrica em quatro aspetos fundamentais

Alberto Valera

16 de Março de 2020

Conta-nos a Fundação MAPFRE, pilar deste projeto Circula Seguro, que a manutenção de uma bicicleta elétrica não é muito diferente da manutenção de uma bicicleta comum, até porque não a podemos apelidar de uma bicicleta de com motor. Existem algumas diferenças chave que influenciam diretamente o desgaste dos seus elementos, sejam ou não componentes elétrónicos.

A manutenção de uma bicicleta elétrica também dependerá do tipo de bicicleta que tenhamos. Fatores como a posição do motor (central, dianteiro ou traseiro) têm os seus prós e contras. Por exemplo, um motor traseiro transmite a força diretamente à roda, pelo que os elementos como a corrente ou o pinhão sofrem menos e a sua manutenção será menor. Por outro lado, se contarmos com os sensores dos pedais, estes podem ativar o motor inclusivamente baixar o consumo da bateria.
Se for dos que se renderam à moda de circular com uma bicicleta elétrica, vamos deixar-lhe algumas recomendações e conselhos de utilização comum.

Manutenção do sistema elétrico de uma bicicleta elétrica

O elemento mais importante de uma bicicleta elétrica é o seu motor, aquele que impulsionará as rodas durante os nossos trajetos. A nós, como poprietários é o elementos que menos esforço de manutenção nos vai exigir. Geralmente os motores das e-bikes estão selados e sem qualquer possibilidade de acesso. Ao ser um elemento fundamental, está pensado que apenas possa ser acedido por um profissional. Por isso temos de ter cuidado para que não sofra nenhuma pancada forte que o possa danificar.
Na manutenção de uma bicicleta elétrica, com outros elementos eletrónicos, como o controlador, por exemplo, os sensores ou o display, acontece exatamente o mesmo. Não devem ser manipulados de qualquer forma. Podemos limpar com cuidado o pó ou a sujidade que neles se acumulam. Em caso de avaria, devemos deslocar-nos a um profissional ou ao próprio fabricante. Atenção à garantia, até porque existem peças que podem ter uma período de garantia mais longo do que outras.

Manutenção da bateria de uma bicicleta

Um texto à parte merece a bateria, pois da utilização que damos à nossa bicicleta elétrica dependerá a sua autonomia. Utilize sempre o carregador oficial facilitado seguindo sempre as indicações do fabricante (por exemplo, ligar o carregador à bateria antes de o fazer à rede elétrica). As de lítio usadas atualmente podem ser carregadas e descarregadas sem problema. Ainda assim, é recomendável não deixar que se descarregue totalmente ou deixá-la ligada por muitos dias seguidos.
Pode ser que no inverno ou durante as férias de verão a bicicleta fique parada algum tempo. Nestes casos, e mesmo que a deixemos bem resguardada e tapada, preste atenção à bateria. É o elemento mais delicado, até porque as temperaturas extremas podem afetá-la. O mais recomendável é levá-la para casa e guardá-la num lugar seco entre os 5 e os 20 graus. Também não devemos deixá-la descarregar abaixo dos 20-30% e se o período de paragem for muito prolonfado, é aconselhável carregá-la a cada 3 meses.

Manutenção de travões, rodas e corrente da bicicleta elétrica

Os restantes componentes mecânicos da bicicleta elétrica têm uma manutenção semelhante à de uma bicicleta convencional. Devemos ter em conta as caraterísticas próprias das primeiras. Por exemplo, o maior peso total da estrutura aumenta a longo prazo o desgaste de elementos puramente mecânicos como as rodas. A manutenção de uma bicicleta elétrica deve incluir tanto a revisão do estado dos pneus como dos raios das rodas. Por outro lado, devemos ter em conta o maior peso do conjunto na hora de ajustar a pressão de enchimento.

Também os travões serão afetados pelo seu maior peso e pela maior velocidade que a bicicleta pode alcançar. Por isso mesmo, é normal que contem com travões de disco mais modernos e duradouros que os de uma bicicleta comum. Ainda assim, é necessário que façamos uma revisão ao estado do sistema de travagem completo e perceber se é preciso mudar as pastilhas. A nossa revisão também deve incluir a tensão da manete e ajustar os tensores no caso de ser necessário.

O último elemento importante é a corrente que pode ficar danificada se circulamos por terrenos repletos de obstáculos. Para prevenir esta situação, é conveniente ter a corrente bem lubrificada, mas ter o cuidado de aplicar o produto apenas nas partes visíveis da corrente. Em nenhum caso devemos aplicar lubrificante noutras secções da bicicleta elétrica. Outro aspeto a ter em atenção tem a ver com o excesso de lubrificante que deve ser limpo de imediato com um trapo.

Como limpar e lavar um bicicleta elétrica

Não existe uma regra geral que se aplica para lavar a nossa bicicleta. Basta aplicar a regra do senso comum. O melhor será lavá-la quando esta estiver suja, para que a sujidade não seque e se torne mais difícil de limpar ou depois e um percurso pela costa, já que a humidade procedente do mar pode corroer alguns elementos. Para isso, podemos utilizar uma escova ou um trapo húmido para limpar a lama seca ou utilizar um compressor de ar para limpar as partes mais delicadas, como os componentes eletrónicos.
Para realizar uma lavagem perfeita, devemos extrair a bateria e retirar qualquer elmentos eletrónico, como os ecrãs. Se estes forem fixos, recomendamos que sejam tapados com um trapo para não se melhorem diretamente. Estas partes devem ser limpas sempre a seco.
Existem produtos de limpeza específicos para bicicletas. Também podemos utilizar água ligeiramente tépida e com algum sabão, mas evite os mais potente, como detergentes e anti-gorduras que podem corroer algum elemento. Evitemos a todo o custo os dispositivos que aplicam vapor de água à pressão já que podem danificar componentes do sistema elétrico pela humidade que pode “penetrar” nos ditos componentes.
Como vemos, muitas destas recomendações são de sentido comum e muito fáceis de realizar. Em todo o caso, o melhor será levar a sua bicicleta a fazer a revisão com um profissional.

Fonte: CirculaSeguro.com