Foi um verão quente e com as viagens de férias de carro é possível que em algum momento o motor tenha aquecido e tenha acendido a luz da temperatura. Ou, mesmo sem ter este problema, é possível que tenhamos passado pela inquietude de saber o estado da refrigeração do nosso veículo. Neste sentido, recomendamos sempre que vá à sua oficina de confiança. Mas se há uma coisa que podemos fazer sozinhos é vigiar o estado do líquido refrigerante.
O que é o líquido refrigerante?
O líquido refrigerante é um dos fluidos utilizados no funcionamento do nosso veículo. Podemos reconhecê-lo nas lojas e grandes superfícies porque costuma ter uma cor fluorescente muito chamativa (normalmente verde ou cor-de-rosa) e podemos adquiri-lo por um preço muito baixo. Por esse motivo, costuma-se dar-lhe pouca importância, ainda que a sua função seja vital para que o nosso veículo funcione corretamente.
O líquido refrigerante é, basicamente, composto por água destilada e etilenoglicol. A água é que faz a função refrigerante e usa-se livre de compostos (como a cal presente na água da torneira) que possam corroer o sistema refrigerante. Por seu turno, o etilenoglicol é um composto químico cuja função principal é a de anticongelante, ainda que tenha outras propriedades. O líquido refrigerante também costuma levar outros aditivos, consoante o fabricante, entre eles os que lhe dão cor.
Para que serve o líquido refrigerante
Como o seu próprio nome indica, serve para refrigerar o motor do nosso veículo. O processo de combustão pode alcançar altíssimas temperaturas, que acabariam por deformar e estragar as peças do motor e outros elementos. Para tal, o nosso carro conta com um sistema de refrigeração, cujo objetivo é manter a temperatura do motor em níveis ótimos, aproximadamente ente os 90 e os 92 graus centígrados.
Este sistema pode refrigerar o motor de duas formas: por ar, com a ventoinha do radiador ou com a própria passagem do ar do carro em movimento, mas sobretudo pela refrigeração líquida, com o líquido refrigerante a regular o calor por todo o circuito do sistema.
Como se usa o líquido refrigerante?
O nível do líquido refrigerante é uma das coisas básicas que devemos rever do nosso veículo, sobretudo se com o recente confinamento esteve muito tempo parado. Faremo-lo através de uma exploração visual do depósito que se encontra debaixo do capô (podemos reconhecer este depósito pelo símbolo de temperatura ou pela própria cor fluorescente do composto). O nível do líquido deve estar entre o mínimo e o máximo marcado no próprio depósito. Mas se não for assim, devemos enchê-lo da seguinte forma:
- Consultamos o manual para saber que líquido refrigerante é usado no nosso carro (por vezes também nos indicam no depósito) e compramos uma garrafa. Nunca devemos misturar dois tipos de refrigerante.
- Antes de abrir o que seja, desligamos o motor e asseguramo-nos de que está frio. Nesse momento podemos proceder à parte de o encher.
- Retiramos a tampa e abrimos o depósito com cuidadopara libertar a possível pressão existente.
- Enchemos o depósito com o líquido até que esteja entre os níveis marcados, e rodamos a tampa até ouvir um clique.
Todos os líquidos refrigerantes acabam por perder as qualidades com a passagem do tempo, pelo que é necessário substitui-los periodicamente. Existem vários sintomas que nos indicam que o devemos fazer, principalmente se a sua cor tiver escurecido ou se estiver sujo. Mas os fabricantes costumam dar umas pautas gerais do tempo que deve passar (em torno de 3 anos) ou de quilómetros feitos (não mais de 40 mil). Neste caso, o mais recomendado é ir a uma oficina se não tivermos claro como é que iremos realizar a operação.
Que tipos de refrigerantes existem
Com dissemos acima, é mais do que recomendável não misturar tipos diferentes de líquido refrigerante. Por isso, é importante ter claras as diferenças que há e não nos fiarmos que tenham a mesma cor. A grande finalidade da cor brilhante destes líquidos é detetar rapidamente fugas no sistema e os fabricantes nem sempre seguem o mesmo critério na hora de usar uma ou outra cor.
Geralmente os líquidos refrigerantes dividem-se em dois tipos: orgânicos e inorgânicos. Os primeiros são mais duradores, protegem melhor os materiais do sistema e são mais ecológicos. Os segundos, em contrapartida, contam com silicatos e outros aditivos que, além de se degradarem mais rapidamente, são piores para o nosso motor e para o meio ambiente. Desde há pouco tempo também podemos encontrar os híbridos que, apesar de serem inorgânicos, apresentam muitas virtudes dos orgânicos.
Os fabricantes geralmente indicam os refrigerantes orgânicos. É possível que no depósito venha a marca G11 ou superior, que faz referência a várias gerações de refrigerantes orgânicos. Ainda que todos tenham composições muito semelhantes, é recomendável usar sempre a mesma geração. Também devemos ter em conta o clima habitual do nosso local de residência, sobretudo temos o nosso carro habitualmente sob mau tempo. Podemos encontrar líquido refrigerante com diferentes concentrações de etilenoglicol, que como vimos é o que realiza a função anticongelante. Assim, podemos encontrar concentrações de entre 10% (para temperaturas até -4 graus) e 50% (até -37 graus).
Como influencia a manutenção do carro
Como vemos, na hora de usar líquido refrigerante devemos ter em conta tanto a qualidade do mesmo como o tempo adequado entre cada mudança. Se contamos com um líquido refrigerante de má qualidade, ou o deixamos durante muitos anos, pode oxidar e produzir impurezas no sistema. Ou, o que é pior, o motor pode acabar por aquecer de mais e causar avarias maiores.
Por outro lado, um bom líquido refrigerante, com um índice de etilenoglicol adequado ao nosso clima, e renovado periodicamente, evitará durante muitos anos qualquer problema de sobreaquecimento ou congelação no nosso veículo. E ainda mais, pois o líquido refrigerante atua como lubrificante, limpa e previne a oxidação e corrosão dos componentes do sistema refrigerante e do motor. Sem dúvida um grande aliado para a manutenção de nosso veículo.
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Fonte: CirculaSeguro.com