Coimbra tem uma rede de transporte colectivo de passageiros que se pode considerar boa, capaz de corresponder às necessidades de quem utiliza estes veículos para se deslocar. Esta abordagem à SMTUC - Serviços Municipais de Transporte Urbano de Coimbra, nada têm a ver com eventuais reclamações, mas sim e apenas com algumas constatações.
Um serviço de transporte capaz, mas a necessitar de algumas melhorias
O transporte realizado pela entidade SMTUC é um serviço bastante abrangente, numa rede a de actuação considerável e nem sempre fácil de gerir. A empresa tem uma rede de viaturas considerável e adaptada às exigências. Note-se que equipou a sua frota com viaturas capazes de facilitar o acesso a utilizadores que se deslocam em cadeiras de rodas.
Acontece que, e porque paga sempre o justo pelo pecador, existem condutores que colocam em causa toda a estrutura montada desta rede de transporte colectivo, apenas porque não têm uma boa postura enquanto condutores, na presença de centenas de pessoas e não sabendo separar a sua actividade profissional de motoristas da sua vida privada ou actividade comercial paralela.
Coimbra é uma cidade onde se mesclam as ruas mais antigas e estreitas com as ruas mais modernas e abertas. Estando a frota da SMTUC equipada com viaturas de transporte colectivo de passageiros capaz de transportar bastantes passageiros à vez, as dimensões não são de mini-autocarros, mas sim de autocarros de mais de 12 metros de comprido e largura considerável.
Acontece que, estes autocarros circulam e cruzam-se com outras viaturas, também elas nem sempre ou quase nunca respeitadoras do espaço limitado. Mas entre essas viaturas podemos observar ciclistas. Sabemos que estes são condutores mais expostos e vulneráveis.
Assim, nada mais há a fazer do que respeitar as normas de trânsito em vigor e aguardar a respectiva distância de segurança, seja em circulação, seja em ultrapassagem. Mas nem sempre é assim. Um destes dias, enquanto utilizador deste serviço de transporte de passageiros, observei, num dia de chuva, que o condutor do autocarro onde eu estava a ser transportado, mais umas dezenas de pessoas, praticou uma condução altamente perigosa, colocando em perigo, principalmente, um ciclista.
Descíamos uma via com alguma inclinação, onde circulavam outros automóveis e uma bicicleta, composta por passeios muito estreitos e replectos de peões; o incauto condutor projetava o seu autocarro a uma velocidade superior aos 50 km/h e travou, in extremis, junto ao ciclista, ficando a uma distância não superior a cinquenta centímetros, mais centímetro menos centímetro.
Se o ciclista tivesse diminuído a sua velocidade por alguma razão inerente ao meio rodoviário, ter-se-ia dado ali um acidente com consequências incalculáveis. Já dentro do veículo, os passageiros viram-se numa situação bastante desconfortável, uma vez que a violência da travagem fez com que alguns perdessem o seu equilíbrio, valendo-se do corpo de outros para não serem projectado.
Este é apenas um caso em alguns relatados, entre os quais o daquele motorista que conduz e fala ao telemóvel, agendando assuntos pessoais. A rever pelos SMTUC a formação contínua dos seus motoristas e a necessidade de se manterem mais atentos ao nível de (in)satisfação dos seus clientes.
Foto¦ SMTUC
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