A União Europeia começou a surgir como parte ativa na incorporação de novas tecnologias de segurança nos veículos. Tanto assim é que as instituições europeias deram luz verde à nova normativa que torna obrigatórios até 15 sistemas de assistência à condução. Deste modo, os fabricantes terão que incluí-las irremediavelmente nos veículos a partir de 2022.
A razão deste novo impulso às tecnologias de segurança é contrapor o erro humano nos acidentes rodoviários. De acordo com dados publicados pela Comissão Europeia, nas estradas da UE perdem a vida 25 mil pessoas a cada ano. 90% dos casos são acidentes causados por erro humano.
A comissária El?bieta Bie?kowska pretende alterar esta tendência tornando obrigatório um conjunto de tecnologias, muitas delas já existentes no mercado. A ideia é seguir o mesmo espírito que impulsionou, há algum tempo, o cinto de segurança e que passou a ser uma revolução para a segurança rodoviária. Obrigando os fabricantes à sua introdução, anular-se-ia o fator económico de acesso. Na atualidade, estas são tecnologias associadas a carros de gama superior.
São estas as novas tecnologias de segurança
Tanto o Parlamento, o Conselho e a Comissão Europeia deram luz verde a um programa que inclui as seguintes tecnologias:
- Assistentes de velocidade inteligente. Limitarão a velocidade dos veículos ao limite de cada via, mas os condutores podem sempre desativá-los. Ainda assim, o sistema continuará a alertar para o facto de estar a superar o limite.
- Sistemas de travagem de emergência autónoma. Caso o veículo detete um obstáculo, imobiliza-se para evitar a colisão. Também colabora na gestão da travagem.
- Possibilitar a instalação de sistemas de bloqueio de arranque do veículo por consumo de álcool. É um primeiro passo para introduzir esta tecnologia que não permitirá conduzir sob efeito do álcool.
- Sistemas que detetam o cansaço ao volante. Baseiam-se numa série de sensores que permitem identificar estes fatores de risco.
- Sistemas que detetam distrações ao volante. Funcionam de forma similar à solução anterior. Avisarão o condutor dessa distração.
- Registo de informação de acidentes. São as denominadas caixas negras. Ajudarão a determinar as causas reais do acidente a minorá-lo. Está por ver se essa informação poderia ser utilizada para determinar futuras responsabilidades dos condutores.
- Sinal de travagem de emergência. Emite um sinal luminoso para avisar o resto dos condutores deste tipo de manobra.
- Cintos de segurança melhorados, em concreto para paliar os efeitos das colisões frontais.
- Ampliação das zonas de impacto do veículo para minimizar as consequências do impacto com ciclistas ou peões. Também se incluirá uma melhoria dos vidros do veículo com um material mais seguro.
- Assistentes de manutenção em faixa. Estes sistemas evitam que se abandone a faixa, retificando a trajetória do veículo, em caso de colisão próxima, por ter a via ao lado ocupada. Também são úteis para prevenir saídas da via.
- Reforço dos sistemas de proteção do veículo em caso de impacto lateral.
- Câmara de visão traseira e sistemas de deteção de obstáculos.
- Sistema de monitorização da pressão dos pneus. Estão presentes em boa parte dos veículos, ainda que para já não sejam obrigatórios.
- Sistema de deteção e alerta de peões vulneráveis na via.
- Melhoria da visão do condutor, através da sua posição, para detetar melhor os usuários da via.
Com vista ao objetivo zero
A União Europeia definiu a concretização do Objetivo Zero ou Visão Zero para 2050. Espera-se que a colocação em vigor desta nova normativa resulte num capítulo que contribua para dar um grande passo. Trata-se de romper com a actual estagnação dos números da sinistralidade, fazendo um uso obrigatório e igualitário das prestações das tecnologias de segurança.
Fonte: CirculaSeguro.com
Imagens | iStock/PhotoBylove e Comissão Europeia