Duarte Paulo

10 September, 2013

Na atualidade quando perguntamos a um jovem se gosta de um veículo, geralmente a resposta é algo surpreendente, querem saber se é confortável, se tem os “gadget’s” da moda, se gastam muito e pouco mais. A segurança passiva ainda é mencionada algumas vezes, mas a dinâmica da viatura raramente é falada. Será que não temos uma evolução da condução?

Quando era jovem quase todos os meus amigos gostavam de automóveis, o normal era sonharmos com ter um carro, geralmente desportivo - talvez devido às hormonas - e muito exótico, tipo o Lamborghini Countach, o Porsche 959 e o Ferrari F40.

Como são encarados os automóveis agora

Mas geralmente quando falávamos sobre carros procurávamos as características dinâmicas, a sua capacidade de travar em pouco espaço, ou a capacidade de abordar curvas a uma determinada velocidade, e francamente o conforto era algo que nem nos importávamos.

Os jovens de hoje em dia parecem ter menos paixão pelos automóveis, numa primeira perspetiva parece positivo, menos decisões baseadas nas hormonas juvenis, geralmente são decisões mais sensatas e ponderadas, e uma abordagem menos “afoita” à condução.

O problema desta abordagem vem da falta de preparação para as situações de emergência, enquanto a maioria dos jovens anteriormente falava com os amigos e partilhavam experiencias do mundo automóvel, servindo estas para alertar para o perigo de determinadas situações, atualmente acham que os carros são infalíveis e fazem todos bem todas as curvas.

Evolução da condução

Outra situação que está a se massificar é a chamada cultura da condução “estilo PlayStation”, quando os condutores acham que a condução é igual a uma jogo de consola, ainda por cima estilo “arcade”, tendo atitudes ao volante que põem em perigo a sua própria integridade física. Julgando que basta fazer “Replay” para tudo ficar bem.

No geral essa falta de desejo de conduzir o que significa em termos de segurança rodoviária? Bem, quem gosta tenta fazer bem e perceber o porque, quem só usa para conveniência, só se preocupa quando o carro não anda, ou quando o carro não faz o que esperam que faça.

Como ser mais seguro?

A sociedade atual, francamente, está mais segura, estão disponíveis mais “ferramentas” para se aperfeiçoar, os condutores tem que ser treinados, é preciso conhecer as técnicas para poder utiliza-las e só a teórica não chega, é necessário ir mais além, e praticar no mundo real, errando, corrigindo, repetindo, melhorando, até conseguir fazer bem instintivamente.

Felizmente na atualidade existem escolas de condução defensiva que ensinam quais são os limites reais das viaturas, se bem que algumas não aceitam ensinar nas viaturas dos instruendos, esta prática é uma mais-valia, pois o condutor ficava com a noção dos limites do seu carro e permitiria uma utilização mais consciente e segura do mesmo.

--

Uma iniciativa da: