Duarte Paulo

25 September, 2018

 

Os parques automóveis de todos os países necessitam duma renovação constante. Esta renovação serve para garantir que o material circulante, entenda-se como todos os veículos, está em boas condições de funcionamento e essencialmente de segurança.

No passado mês de agosto foram matriculados 15.281 automóveis ligeiros de passageiros novos. Este número representa um crescimento de 28% face ao mesmo mês de 2017, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Saiba o principal motivo para este incremento.

Vendas crescem com receio de aumento de preço

A adoção do novo ciclo de medição das emissões poluentes, WLTP, que estava prevista para entrar em vigor em setembro, fez soar os alarmes no mercado automóvel. Podemos chamar até de “corrida à compra de veículos ligeiros de passageiros. As vendas do mês passado assim o refletem.

O receio do aumento dos preços dos carros novos foi o que despoletou a procura e foi o fator decisivo para efetivar as compras. O calculo dos impostos sobre os novos valores das emissões fará com que os modelos “saltem” de escalão. Agravando o valor cobrado. Mas em alguns casos irá encarecê-los de forma significativa.

Com a implementação do WLTP, uma nova fórmula de medição das emissões poluentes e consumos, o impacto nos preços deveria ser sentido já este mês de setembro. Porém, a Autoridade Tributária, conhecida genericamente como Finanças, decidiram adiar a implementação das tabelas de imposto. AS novas tabelas, já atualizadas, só serão aplicadas no próximo Orçamento de Estado. Ou seja, o aumento só ocorrerá em 2019.

Parque automóvel renova-se em 2018?

O parque automóvel nacional de ligeiros de passageiros tem vindo a crescer lentamente, tendo atingido no fim de 2016 os 4,6 milhões de veículos. Porém a média de idade dos carros que circulam nas estradas portuguesas também voltou a aumentar. Pois, no fim de 2016 a idade média era de 12,5 anos, passando a 12,6 anos em 2017.

Em 1995 a idade média dos ligeiros era de 6,1 anos, em 2000 passou para 7,2 e o pico foi agora atingindo agora em 2017. Por curiosidade, o parque automóvel do Estado é composto por 25.640 veículos. Neste caso a idade média, em 2017, é de 15,3 anos. Com as vendas a subirem de forma significativa, neste ano, pode ser que consigamos inverter a tendência.

Evolução tecnológica

A compra de um automóvel é um investimento elevado, mesmo para as famílias com uma situação financeira considerada estável. Porém com a evolução dos modelos, com novas funcionalidades, com o surgimento de novas opções, as famílias resolvem fazer o investimento. Asseguram naturalmente um aumento da segurança rodoviária.

A renovação do parque automóvel de qualquer país é essencial para melhorar a segurança de todos. E, entenda-se por segurança, não só a rodoviária como também a ambiental. É através da renovação, através das compras de novos veículos com motores menos poluentes e mais eficientes, que se consegue efetivar essa atualização.

Um conjunto de entidades refere ainda que os Diesel deverão aproveitar as novas evoluções técnicas. Baixando as suas emissões de dióxido de carbono e reduzindo os consumo de combustível. Alertam contudo que, as actuais “medidas políticas restringem a implementação das novas tecnologias Diesel”.

A renovação dos automóveis a circular em todo o espaço europeu trará para as estradas veículos mais limpos. Mas o grande passo ainda está por dar, prevendo que quando “automóveis mais antigos e camiões forem substituídos, as emissões dos transportes rodoviários cairão”.

Valores de vendas

Na soma dos oito meses do ano as matrículas novas de veículos ligeiros de passageiros totalizaram 169.827 unidades. Este valor traduziu-se numa variação positiva de 8,4% relativamente a período homólogo de 2017, refere nota da ACAP. A nível de marcas a Renault liderou a tabela de vendas em agosto, com 2486 automóveis registados.

Este valor representa mais do dobro do que foi vendido no mesmo mês de 2017. Segue-se a Peugeot, com 1306 unidades, num aumento de 24,1%. Em terceiro lugar está a Nissan, que assim encerra o pódio deste mês, com 1098 automóveis ligeiros.

A venda de veículos elétricos quase triplicou em Portugal entre janeiro e abril. Crescendo 170,9% face a igual período de 2017, para um total 1.184 viaturas. Tendo o total de veículos matriculados em Portugal avançado 7,6% face ao período homólogo anterior, para 198.350 unidades.

Porque irão aumentar os novos?

A nova formula WLTP, que vêm reduzir a disparidade entre os consumos anunciados e os consumos reais dos automóveis. Assim, irá levar a que os automóveis sejam reclassificados a nível de emissões poluentes. Esta atualização terá reflexo nas tabelas do Imposto Único Automóvel (IUC) e do Imposto sobre Veículos (ISV).

Antecipando a saída da lei que levaria ao aumento dos preços a Autoeuropa “estacionou” 10 mil carros na Base do Montijo. Precavendo-se assim de que estes exemplares fossem abrangidos pelos aumentos de impostos. Porém a partir de 2019 todos terão as novas tabelas aplicadas e o inevitável aumento de preço.

Foto | Wikimedia Commons

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