Com cada ano que passa aumentam as exigências a todos os níveis. A nível da segurança automóvel o panorama é idêntico, aumentam os requisitos necessários para as marcas homologarem carros novos.
Os novos carros vendidos a partir de maio de 2022 serão obrigados a disponibilizarem de novas tecnologias de segurança. Medidas estas que protegerão não só para os ocupantes, mas também os transeuntes. Saiba mais aqui.
Enquadramento e medidas da União Europa
Nas estradas europeias, só durante o ano de 2017, pereceram 25.100 pessoas. Um rácio de 49 mortos por cada milhão de habitantes, segundo dados da Comissão Europeia. Apesar do número elevado, este valor significa uma descida de 1% em relação a 2016 e uma queda de 21% face a 2010.
O nosso país teve um mau desempenho na relação de vítimas mortais por milhão de habitantes, pois subiu 1% em 2018. Em Portugal atingimos os 59 mortos por milhão de habitantes em acidentes de viação. Mas analisando a médio prazo o quadro é otimista, pois revela uma evolução positiva. Em relação a 2010 Portugal baixou 35%.
Mas os custos, em termos humanos não ficam por aqui. No apuramento de vítimas de acidentes rodoviários na Europa temos a somar, ao número mortos, o de feridos. Neste campo, e observando só os casos mais graves, a Comissão Europeia estima que por cada morte nas estradas europeias existam cinco feridos graves, em média.
A abrangência das medidas é grande e será implementada através do regulamento 2018/858. Este estabelece as normas relativas à homologação de novos veículos, com o objetivo de obter um elevado nível de segurança e desempenho ambiental. Prevê ainda a assegurar o bom funcionamento do mercado interno europeu.
Este regulamento aplica-se a automóveis ligeiros, camiões e autocarros, e torna obrigatórias algumas tecnologias que as marcas têm introduzido recentemente, especialmente nos modelos mais dispendiosos. Os sistemas incidem sobre a segurança e sistemas de ajuda à condução.
O regulamento 2018/858 foi votado, sendo aprovado com 578 votos a favor, 30 contra e 25 abstenções. “As novas regras visam reduzir o número de acidentes nas estradas europeias e proteger peões e ciclistas, abrindo também caminho ao desenvolvimento de veículos automatizados”, esclareceu o Parlamento Europeu em comunicado.
Novos objetivos, velhos inimigos
Com o objetivo de reduzir a sinistralidade na União Europeia, nos próximos anos será exigido às marcas que os novos modelos possuam novos predicados. Estas novas exigências são orientadas especialmente a nível de segurança e serão obrigatórias, a partir de maio de 2021, para serem atribuídas as novas homologações.
Os carros novos serão dotados de sistemas de avisos e alertas para acautelar os condutores nos casos de sonolência, de distração, ou quando excedam os limites de velocidade autorizados. Aqui vemos que o mais batido dos “inimigos”, a velocidade, continua a ser um dos focos.
“O sistema de adaptação inteligente da velocidade fornecerá indicações ao condutor, com base em mapas e na observação da sinalização rodoviária, quando o limite de velocidade for ultrapassado”, aprofundou a eurodeputada polaca Róża Thun. “Não introduzimos um limitador de velocidade, mas sim um sistema inteligente para alertar os condutores de que estão em excesso de velocidade. Isso não apenas nos deixará mais seguros, como ajudará os condutores a evitar multas.”
Está definido no regulamento que este sistema incluirá a possibilidade de ser desligado. Esta possibilidade é justificada na possibilidade de evitar que o condutor receba avisos falsos ou inadequados, por exemplo, devido a informação não atualizada.
Carros novos, novas tecnologias
Será obrigatório um sistema de deteção de objetos quando faz marcha-atrás, pois a marcha atrás sem visibilidade é um perigo real, nas situações do dia-a-dia. Existirá também um registo de acidentes, comparável à “caixa negra” dos aviões.
Outro sistema que já provou a sua muita valia e será incluído nestas normas é o sistema de travagem de emergência. Neste sistema será incluído um aviso para os outros veículos, pois ao ativar o sistema de travagem de emergência o carro abrandará abruptamente.
Outro sistema que será obrigatório e que já se tornou comum em muitos veículos, é o aviso de saída da faixa de rodagem. Terão ainda uma forma de avisar quando deteta sonolência ou falta de atenção. Estes sistemas ajudarão o condutor estar atento ao que interessa quando conduz, a estrada.
A União Europeia prevê ainda que, os veículos comercializados a partir de 2022, estarão ainda preparados para receber “dispositivos de bloqueio da ignição sensíveis ao álcool”. A instalação destes equipamentos, porém, não será obrigatória… ainda!
“A União deve envidar todos os esforços para reduzir ou eliminar os acidentes e os ferimentos no transporte rodoviário. Além das medidas de segurança destinadas a proteger os ocupantes dos veículos, é necessário implementar medidas específicas para prevenir mortes e feridos entre os utentes da estrada vulneráveis, designadamente ciclistas e peões, a fim de proteger os utentes que estão fora dos veículos.”
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